A série ANO INTERNACIONAL DA PAZ é uma coleção dedicada às questões levantadas pela necessidade urgente do estabelecimento da PAZ MUNDIAL no mundo de hoje.
A sua finalidade é oferecer livros curtos, objetivos e precisos, destinados àqueles que sentem o desejo de ampliar a sua consciência de um dos grandes problemas mundiais: as guerras e a sua solução.
A sua visão do homem é global e visa abranger toda a sua realidade: econômica, social, religiosa, artística, científica e espiritual. Todos esses aspectos são analisados dentro da perspectiva da paz e de um mundo unido, sem barreiras políticas, de cor, credo ou classe social.
Têm como propósito apresentar um novo panorama, novos conhecimentos e novas bases para o pensamento humano e o grande desafio de afastar definitivamente da vida humana o espectro da guerra. Foram convidados autores profundamente envolvidos com o estudo, pesquisa e desenvolvimento dos conceitos de uma Nova Era para o mundo, a paz, sempre dentro das suas especialidades ou áreas de formação. Acreditamos que nada é tão importante nos dias atuais diante da designação pela ONU do Ano Internacional da Paz, que sejam trazidos ao público obras deste caráter.
Todos os autores residem no Brasil, e estão envolvidos pela realidade brasileira, e embora seja uma convicção corrente do brasileiro não incluir no rol das preocupações o problema da guerra mundial, a profundidade e as reflexões agudas e inteligentes que cada autor propõe parecem desmentir tal convicção, que torna a série ainda mais atraente.
Há certas questões da vida humana que têm recebido pouca atenção no atual turbilhão que a crise moral e ética da humanidade se envolveu. O desenvolvimento da ciência e a tecnologia colocaram à disposição meios de viver e também armamentos para os quais não estava ainda preparado espiritualmente.
Segundo o biólogo e Prêmio Nobel, Jean Rostand, "a ciência nos tornou deuses sem que antes tivéssemos merecido sermos homens". Entre estas questões se coloca, sem dúvida, o destino e o futuro da humanidade diante da atual potencialidade das armas nucleares.
A função de toda obra deve ser de aumentar o nosso conhecimento, não apenas para podermos melhor manipular o homem e a natureza, mas para fazer renascer a nossa fé e esperança na humanidade, e mostrando um novo caminho para a sua evolução.
E a evolução do homem hoje, obrigatoriamente, está direcionada na medida dos seus esforços pelo entendimento internacional e a criação de um mundo unido.
Os preconceitos, as tensões e os antagonismos não têm mais lugar na nova existência humana e devem ser relegados ao passado de imaturidade da humanidade.
Esta série, ANO INTERNACIONAL DA PAZ, visa a aprofundar a compreensão do sentido da vida do homem, o seu propósito e finalidade na face da terra e a sua posição na história.
Está sendo publicada baseada na convicção de que a atual geração pode realizar a grande tarefa de reorganização do relacionamento humano, do alargamento dos seus horizontes, da universalização dos seus objetivos, fazendo surgir uma consciência moral que leve à unidade e a fraternidade de todos os povos, raças, culturas, religiões e classes. Enfim, à planetização da humanidade. Uma só família humana. Uma só raça: a Grande Raça Humana.
As grandes conquistas da humanidade não são resultado da força e nem mesmo realizações puramente intelectuais: são realizações da totalidade do EU humano, nos seus múltiplos aspectos morais e espirituais.
Se servir para a sua reflexão e uma maior compreensão do mundo em que vive e para onde este mundo se dirige, prezado leitor, esta série terá cumprido a sua principal função.
A ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS Bahá'ís DO BRASILEstamos passando por um período que poderá ser considerado como a fase mais obscura e crítica da vida do homem neste planeta. Para qualquer direção que nos voltemos, ficamos chocados pelas evidências da desordem social, revoltas econômicas, agitações políticas, caos e confusão, violência, crime e corrupção. Em muitas partes do mundo arde o fogo de guerras atrozes, que poderão se transformar em uma conflagração mundial. Toda a estrutura da sociedade humana parece estar ruindo, tanto dentro das fronteiras da própria pátria, como além delas.
Na primeira metade deste século, a humanidade viu-se por duas vezes dentro da voragem da carnificina e destruição. Durante as duas guerras mundiais muitas cidades e vilas foram reduzidas a pó, e milhões de jovens, flores em botão da raça humana, foram arrasados, mutilados ou sufocados até a morte nos campos de batalha. O assassínio e a devastação que as mãos dos homens infligiram em seus semelhantes, durante aqueles anos terríveis de guerra, estão ainda vívidos na memória da humanidade e são tão pavorosos e imensos que nenhuma pena, nem língua alguma, podem descrevê-los adequadamente.
Lamentando o dilema de uma humanidade negligente, Bahá'u'lláh, o Fundador da Fé Bahá'í, escreveu:
"Por quanto tempo persistirá a humanidade em sua obstinação?
Por quanto tempo continuará a injustiça?Por quanto tempo reinarão entre os homens o caos e a confusão?
Por quanto tempo a discórdia irá agitar a face da sociedade?
Os ventos do desespero sopram de todas as direções, e a contenda que divide e aflige a raça humana aumenta dia a dia. Os sinais de caos e convulsões iminentes podem agora ser discernidos, na medida em que a ordem predominante demonstra ser lastimavelmente defeituosa."
A última guerra mundial terminou há 40 anos. Desde aquela época a humanidade tem vivido um período de passividade e exaustão. Foi-lhe dada a chance única de recobrar seus sentidos e criar uma verdadeira paz e tranqüilidade entre todas as nações, evitando os perigos de uma nova catástrofe. Nas palavras do saudoso Lord Bryce: "Se vocês não acabarem com a guerra, a guerra acabará com vocês". Porém, infelizmente, muito infelizmente até, longe de sentir remorso pelas horríveis tiranias cometidas, longe de prover os meios efetivos para a reconciliação entre todas as nações, longe de crescer em virtude, sabedoria, misericórdia e bondade, a humanidade miseravelmente tem falhado em remover as causas da guerra; pelo contrário, está levando a si mesma cada vez mais próxima de uma catástrofe atômica, antes mesmo que os danos das duas últimas guerras mundiais tivessem passado ao esquecimento.
Em 1912, quando 'Abdu'l-Bahá, o filho de Bahá'u'lláh, modelo exemplar da Fé Bahá´í, encontrava-se em Paris, advertiu a humanidade nestas significativas palavras:
"Existe uma força poderosa na terra. Roguemos a Deus que ela permaneça oculta até que a humanidade aperfeiçoe suas qualidades espirituais, para que possa ser usada para o bem-estar do homem e não para a sua destruição. Pode envenenar a atmosfera da terra. Suas chamas podem devorar as cidades".
Em 1950, Albert Einstein fez a mesma advertência em uma entrevista de televisão. Disse: "A histérica corrida entre os Estados Unidos e a Rússia para desenvolver o segredo da bomba H pode resultar na destruição do mundo como nós o conhecemos. Pode ocasionar o envenenamento da atmosfera da terra".
A despeito dessa grave advertência, vemos hoje a febre da histeria bélica grassando em toda a parte. Muitas nações estão armadas até os dentes. Em países industrializados, enormes fábricas produzem diariamente, aos milhares, todos os tipos de armas mortíferas. Em todo o mundo milhões de jovens estão sendo recrutados e treinados na inglória arte da matança de seus semelhantes e na redução ao pó de suas próprias pátrias. Em muitos laboratórios e estações experimentais, os nossos cientistas estão ativamente empenhados na pesquisa e criação de novas armas de destruição em massa. Em alguns países mais adiantados, centenas de mísseis nucleares, cada um capaz de devastar toda uma região, estão colocados em posição de lançamento, voltados na direção de seus alvos, prontos para serem acionados a qualquer momento. E que fique bem claro que, na eventualidade de uma nação sentir-se na iminência de ser atacada, com sua própria vida em risco, jamais poderá impedir-se de usar as armas atômicas, e que se isso ocorrer não haverá lugar na terra para alguém se esconder. Os mísseis atômicos, cruzando a velocidade supersônica, alcançarão e pulverizarão sua área alvo antes mesmo que alguém possa acionar qualquer sinal de alarme.
Tal é o trágico espetáculo do dilema do ser humano no planeta nesta última parte do século vinte, à medida que a humanidade se arrasta cegamente à beira do precipício. Não é oportuno, agora, fazermos uma pausa e ponderarmos sobre o destino angustiante desta geração? Certamente tal pesquisa merece a atenção de todas as pessoas sensatas, buscando saber qual a causa desta deplorável situação e como será possível, eventualmente, evitar a fatalidade que nos espera.
O PROBLEMA SOMOS NÓS MESMOSO ditado que diz "Existe no homem tanto um símio como um anjo" é inteiramente correto, pois na verdade todo o problema reside em nós mesmos. Somos NÓS, desorientados seres humanos, os responsáveis por todos os males e sofrimentos que existem no mundo. Somos NÓS, que abandonamos as virtudes humanas e as qualidades de nobreza que serviram durante séculos para assegurar a base de nossa vida social, e desta forma estamos dando rédea livre às nossas emoções animalescas de ódio, ganância, egoísmo, preconceito, agressão, que agora dominam nossos corações e motivam nossas ações. Somos NÓS, que, para gratificarmos nossa natureza inferior, transformamos a sociedade humana em um matadouro, onde a luta brutal pela auto-preservação é furiosa, trazendo desgraça após desgraça. Disse 'Abdu'l-Bahá:
"No mundo da natureza a nota dominante é a luta pela existência, cujo resultado é a sobrevivência do mais apto. Esta lei é a origem de todas as dificuldades. É a causa da guerra e contenda, do ódio, e a animosidade entre os homens. No mundo da natureza há tirania, egoísmo, agressão, soberbia, usurpação dos direitos alheios, e outros atributos censuráveis, que são defeitos do mundo animal. Por conseguinte, enquanto os requisitos do mundo natural exercerem o papel mais importante entre os filhos dos homens, o sucesso e a prosperidade serão impossíveis. A natureza é guerreira, sanguinária, tirânica, visto ela não ter consciência de Deus, o Todo-Poderoso. Eis porque essas qualidades cruéis são próprias do reino animal...
"Que lástima! cem mil vezes que lástima serem os preceitos pouco inteligentes, as divergências não naturais, e os princípios antagônicos, ainda manifestados entre as nações, retardando assim o progresso geral. Esse atraso origina-se no fato de estarem abandonados completamente os princípios da civilização divina, e esquecidos os ensinamentos dos Profetas."
O PRECONCEITO CEGO É O PRINCIPAL OBSTÁCULO À PAZO maior obstáculo no caminho da paz e da fraternidade entre os homens é o PRECONCEITO. Ele corroe o coração como um veneno. Não importa quanto nos esforcemos para alcançar a paz neste mundo dividido. Nossos esforços serão inúteis enquanto prevalecer o preconceito entre os homens. Esta emoção maléfica é apoiada pelas tradições, pelos costumes, pela educação e pelo meio social. Tem sido passada de geração a geração. Qualquer que seja o tipo de preconceito, trata-se de uma emoção negativa profundamente assentada no coração humano. Cria o ódio, a animosidade, a ganância, o rancor, a agressividade, e outras tendências inferiores que pertencem ao reino animal.
Uma grande causa do preconceito são as diferenças raciais. O conflito terrível que ocorre na África do Sul, entre pretos e brancos, é exemplo patente desse fato, como o são todos os males decorrentes da discriminação racial existente em outras partes do mundo, a vasta segregação que o sistema de castas produziu na Índia, a tendência de algumas nações em manter subjugados e desrespeitados raças e povos subdesenvolvidos, a belicosa animosidade entre árabes e judeus, que tem causado muitas guerras e sofrimentos por mais de meio século. Esses exemplos mostram claramente quão sério e enraizado é o preconceito racial existente ainda hoje em muitas nações. Certamente não existe possibilidade de se alcançar uma paz genuína e uma fraternidade sincera até que essas barreiras emocionais sejam extirpadas e um novo espírito de harmonia seja implantado no coração dos homens. É claro que, no momento atual, é mais fácil dizer do que fazer. No entanto, o princípio Bahá'í de unidade da humanidade atinge o âmago do problema. Bahá'u'lláh diz:
"Sois todos folhas de uma mesma árvore, gotas de um mesmo oceano".
Ele ensina que as diferentes raças da terra são como flores multicoloridas que trazem beleza ao jardim da humanidade, todas usufruindo dos mesmos privilégios e recompensas aos olhos de Deus. Todas as pessoas são dotadas das mesmas capacidades e poderes, latentes em seu ser e que apenas precisam de oportunidades favoráveis para o seu desenvolvimento. 'Abdu'l-Bahá disse:
"O preconceito de raça é uma ilusão, uma superstição pura e simples, pois Deus nos fez todos de uma mesma raça... No começo também não havia limites e demarcações entre os vários países; nenhuma parte da Terra pertencia mais a um do que a outro povo. Aos olhos de Deus, nenhuma diferença há entre as várias raças. Por que o homem inventa tal preconceito? Como podemos apoiar uma guerra causada por tal ilusão? Deus não criou os homens para que destruíssem uns aos outros. Todas as raças, tribos, seitas e classes participam igualmente das graças de seu Pai Celestial".
Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, afirma igualmente:
"Discriminar contra qualquer raça por estar ela atrasada socialmente, imatura politicamente e numa minoria numericamente, é violação flagrante do espírito que anima a Fé de Bahá'u'lláh. O reconhecimento de qualquer divisão ou desunião em suas fileiras é alheio a seu próprio propósito, seus próprios princípios e ideais. Uma vez que seus membros hajam reconhecido plenamente a pretensão de seu Autor e, identificando-se com sua Ordem Administrativa, tenham aceito sem reservas os princípios e leis incorporados em seus ensinamentos, deve ser automaticamente obliterada toda diferenciação de classe, credo ou cor, jamais sendo permitido, sob pretexto algum, por maior que seja a pressão de acontecimentos ou de opinião pública, que ela ressurja. Se há alguma discriminação que deva ser tolerada, não deveria ser contra, mas sim a favor da minoria, seja racial ou outra".
Outro campo fértil para a guerra é o preconceito religioso, grande fator de desunião e desavença entre os homens e que tem causado muito derramamento de sangue durante os últimos séculos. Mesmo nos dias atuais, em pleno século XX, as minorias religiosas em muitos países são ainda torturadas, maltratadas, perseguidas e até mortas - por razões puramente de preconceito religioso. Exemplo disso a guerra entre cristãos e muçulmanos no Líbano, os intermináveis conflitos entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte, as atrocidades perpetradas no Irã contra inocentes e leais cidadãos, os Bahá'ís, desde 1978, resultando em suas perseguições, expulsão de seus lares, demissão dos empregos, privação de suas posses. Centenas foram executados, chacinados ou queimados até a morte, enquanto centenas de outros se encontram ainda nas prisões, aterrorizados e torturados diariamente. Todos esses desventurados acontecimentos são o resultado do preconceito religioso, que é causado pela ignorância, fanatismo, superstição ou falsas crenças.
Bahá'u'lláh disse:"O fanatismo e ódio entre as religiões são um fogo que devora o mundo, um fogo cuja violência ninguém pode extinguir. A Mão do Poder Divino, tão somente, conseguirá livrar a humanidade dessa aflição desoladora..."
Durante sua breve permanência em 'Akká, Palestina, em 1890, o professor Edward G. Browne, do Colégio Pembroke, Cambridge, Inglaterra, conseguiu uma entrevista com Bahá'u'lláh - a única entrevista concedida por Ele a um escritor ocidental. Durante a mesma, o professor Browne ouviu dos próprios lábios do Educador da humanidade os seguintes pontos destacados de Sua doutrina:
"Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações; não obstante, consideram-Nos provocadores de luta e sedição, dignos do cativeiro e exílio... Que todas as nações se unam em uma mesma fé e todos os homens se tornem irmãos; que os laços de unidade e afeição entre os filhos dos homens sejam fortalecidos; que cesse a diversidade de religião e as diferenças de raça sejam anuladas - que mal há nisso?... E assim há de ser; essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras, hão de passar e a "Paz Máxima" há de vir. Vós, na Europa, não precisais disso também? Não foi o que Cristo predisse?... Vemos, entretanto, vossos reis e governantes gastarem os tesouros mais livremente com os meios de destruição da humanidade, do que com aquilo que lhe pudesse proporcionar felicidade... Essas lutas, carnificinas e discórdias devem cessar, e todos os homens serem como uma família... Que o homem não se vanglorie pelo amor à pátria e sim pelo amor à sua espécie..."
'Abdu'l-Bahá, além disso:"A religião deve unir todos os corações e fazer desvanecerem-se da face da Terra as guerras e disputas, deve dar origem à espiritualidade e trazer a cada coração vida e luz. Se a religião se tornasse causa de desgostos, ódio e divisão, seria melhor estarmos sem ela; retirarmo-nos de tal religião seria um ato realmente religioso. Pois é claro ser a cura o objetivo de um remédio, mas se este nada fizesse senão agravar o mal, melhor seria abandoná-lo. Qualquer religião que não seja causa de amor e união deixa de ser religião."
Igualmente ameaçadores e danosos para a sociedade humana são os preconceitos políticos e econômicos, como também a vaidade chauvinista e o fervor patriótico cego, pois quando levados a extremos podem trazer morte e destruição em vasta escala. Jamais se esquecerá o holocausto feroz no qual cerca de seis milhões de judeus foram exterminados há cerca de 40 anos atrás. Os que cometeram tal massacre não eram bárbaros, mas pertenciam a uma nação que era considerada como exponencial nos campos da educação, ciência e tecnologia da Europa. Esta referência não é uma crítica a estas três destacadas expressões da vida humana, mas ressalta o fato de que Educação e Ciência sozinhas não podem jamais trazer felicidade e bem-estar ao homem, a longo prazo, simplesmente porque são apenas instrumentos cegos nas mãos do homem.
'Abdu'l-Bahá adverte a humanidade nas seguintes palavras:
"E entre os ensinamentos de Bahá'u'lláh está escrito que os preconceitos religiosos, raciais, políticos, econômicos e patrióticos destroem a estrutura da humanidade. Enquanto prevalecerem esses preconceitos, o mundo não terá descanso. Por um período de seis mil anos a história nos informa sobre o mundo humano. Durante esses seis mil anos ele não ficou livre da guerra, da luta, do assassinato, da carnificina. Em todo e qualquer período a guerra foi travada numa região ou em outra, e devida ao preconceito religioso ou ao racial, ou ao preconceito de política ou de pátria. Assim, foi mostrado e provado que os preconceitos exercem um efeito corrosivo sobre a estrutura humana. Enquanto persistirem, a luta pela existência haverá de prevalecer, e o morticínio e a rapinagem continuarão. Assim, como aconteceu no passado, o mundo da humanidade não se pode salvar da escravidão da natureza e não pode atingir luz exceto através do abandono de preconceitos e da aquisição da moral do Reino."
PARA ONDE DEVEMOS NOS VOLTAR?Agora que temos uma idéia clara de como são profundamente enraizadas as emoções humanas, e como é urgente e imperativo que se elimine o crescimento canceroso do preconceito, antes que seja tarde demais, surge a pergunta:
Quem pode mudar a natureza humana e erradicar as emoções negativas do coração? Quem pode transformar o vil metal do ódio, do fanatismo, da ganância, do egoísmo, no ouro da verdadeira fraternidade, paz e harmonia?
Seguramente nem os filósofos, nem os educadores humanos, nem os mestres das ciências sociais, nem os pretensos sábios podem fazer isso, simplesmente porque tratam somente do treinamento das faculdades intelectuais e mentais do ser humano. Eles não têm acesso ao reino do coração, que é a sede das emoções, tanto construtivas como negativas, e nenhuma argumentação, apelo ou persuasão pode induzir o homem a mudar seu coração. De fato, em muitos casos, o intelecto é utilizado para justificar e defender o preconceito. Nem podem os cientistas, os economistas, os tecnocratas, ser de qualquer ajuda nesse assunto, pois estão apenas restritos ao conhecimento, desenvolvimento e uso da matéria inerte. Nem podem os estadistas, políticos, líderes de governos, guiar o barco da humanidade para o porto seguro da paz e da unidade, pois eles têm falhado totalmente em suas tentativas de curar os males e remover as aflições que pesam sobre a humanidade de hoje.
Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, descreve a triste perspectiva da humanidade nestas palavras:
"Assediada por todos os lados pelas crescentes evidências da desintegração, do tumulto e da bancarrota, homens e mulheres ajuizados, em quase todos os setores da vida, estão começando a duvidar se a sociedade, como está agora organizada, pode, através de esforços próprios, sair do atoleiro no qual afunda cada vez mais. Todos os sistemas, exceto o da unificação da raça humana, foram tentados e mostraram-se inadequados. As guerras continuam a existir e conferências sem número se realizam, decisões são tomadas, tratados, pactos e convênios são incansavelmente negociados, concluídos e revisados. Diferentes sistemas de governos têm sido pacientemente experimentados, continuamente remodelados e substituídos. Planos econômicos de reconstrução têm sido cuidadosamente criados e meticulosamente executados. E, no entanto, crise sucede crise, e a rapidez com a qual um mundo perigosamente instável declina, se acelera na mesma proporção. Um crescente abismo ameaça envolver, em um desastre comum, tanto as nações que estão satisfeitas, quanto as insatisfeitas, as democracias e as ditaduras, os capitalistas e os operários, europeus e asiáticos, judeus e gentis, brancos e negros. Uma Providência irada, um cínico bem poderia dizer, abandonou um planeta desventurado à sua própria sorte e fixou irrevogavelmente a sua ruína."
Agora, que os governos não nos podem salvar, que outra opção temos? Podemos colocar nossas esperanças nas Nações Unidas? Ninguém pode negar que o trabalho construtivo que essa instituição tem realizado durante sua existência é altamente elogiável e significativo; como a criação do Banco Mundial, as organizações de saúde, de trabalho, de alimentação, de agricultura, a UNESCO, o UNICEF, e tantas outras. Mas, lamentavelmente, têm falhado totalmente em seu principal dever, o de garantir a Paz Mundial e evitar o perigo de novas guerras.
Na verdade, conflitos de natureza séria têm ocorrido intermitentemente em várias partes do mundo desde que a Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, como os recentes conflitos no Afeganistão, no Vietnã, na região do golfo Pérsico, nas Ilhas Falklands. A ONU não tem podido evitar ou parar tais guerras. Nem tem sido capaz de remover a ameaça de confrontação entre as duas super-potências que estão armadas com equipamento nuclear de destruição em massa. Todos esses eventos mostram sem sombra de dúvida a ineficácia e a impotência de todas as instituições atuais para evitarem as calamidades que crescentemente ameaçam a sociedade humana.
A humanidade, aturdida e desiludida, bem pode perguntar: Existe algo mais que possa nos salvar, e aos nossos filhos, da loucura da auto-destruição?
A verdade nua e crua é que nenhum poder humano ou instituição terrena pode mudar o coração humano. Somente um poder divino é capaz de fundir e inspirar as divergentes emoções do homem em um padrão elevado de conduta e de fé, e trazer paz a este mundo dividido.
Bahá'u'lláh, a Quem Seus seguidores consideram como o Educador divino para os tempos modernos, adverte a humanidade nas seguintes palavras:
"Podemos bem perceber como a humanidade inteira está cercada de grandes aflições, de aflições incalculáveis. Nós a vemos languescer no leito da doença, angustiada e desiludida. Os que estão intoxicados pela arrogância interpuseram-se entre ela e o homem, inclusive a si mesmos, no enredo de suas maquinações. Não podem descobrir a causa da enfermidade, nem possuem eles conhecimento algum do remédio. Conceberam o direito como sendo torto e imaginaram que seu amigo fosse um inimigo."
'Abdu'l-Bahá, o filho de Bahá'u'lláh e Expositor de Seus ensinamentos, diz:
"É evidente que a religião é a única força capaz de amalgamar em uma unidade amigável de cooperação todas as nações, raças e credos do mundo. O poder humano é limitado em sua influência. Pode unir duas pessoas, ou duas tribos, ou duas comunidades, ou até mesmo duas nações. Ao mesmo tempo confessa que essa união é temporária e pode ser cancelada ao desejo de uma ou outra das partes contratantes. Mas o poder divino une nações e povos, e cimenta-os em um laço de fraternidade e paz, por eras e ciclos... Há que ser um poder divino para realizar tal meta universal."
Ao final da última guerra, o vitorioso general McArthur, admoestou o mundo através de uma transmissão radiofônica a bordo do navio de guerra Missouri, dizendo: "Nós tivemos nossa última oportunidade. A única coisa que pode salvar a humanidade agora é um renascimento espiritual".
"A sabedoria humana falhou", prega o dr. Frank N. D. Buchman, líder do Movimento de Oxford. "O mundo moderno - desiludido, caótico e aturdido - exige uma solução adequada para sua desordem. A causa fundamental de todos os nossos problemas é o egoísmo pessoal e o temor. O homem deve se modificar, se deseja ver seus problemas resolvidos. Nossa necessidade fundamental é a liderança que vem de Deus."
O dr. Stanwood Cobb, saudoso eminente escritor e educador norte-americano, afirma:
"Qualquer que seja a causa do presente caos no qual a humanidade se encontra, muitos concordam que o rejuvenescimento da humanidade é o primeiro requisito para sua reforma e estabilização. A humanidade precisa chegar a um profundo sentido de fraternidade - individual, nacional e racional. O homem precisa sentir no coração, como já o fez intelectualmente, a verdadeira interdependência de todos os povos. Nenhum indivíduo, nenhuma classe, nenhuma comunidade pode viver isolada hoje. Estamos unidos por laços indissolúveis... O que pode ocasionar tal mudança? Podemos apelar para a inteligência coletiva do homem e fazê-lo progredir simplesmente advertindo-o: "Se você não modificar sua natureza, sofrerá no futuro?" Não, meramente colocar os fatos diante das pessoas não fará com que mudem seu modo de agir. Uma força superior é necessária para mudar o curso dessa massa grandiosa de seres humanos movendo-se num ritmo tão gigantesco. Tal força deve ser uma força espiritual, algo capaz de penetrar no coração humano e transformá-lo. Vemos que isso já ocorreu em épocas passadas. Sabemos que a religião é a emoção mais poderosa que pode tomar conta do coração do homem. Sabemos ser ela capaz de dominar o ser inteiro, colocando as outras emoções em segundo plano. Sob o poder da religião o homem, por si mesmo, decide abandonar seus objetivos pessoais e passa a dedicar-se a metas e ideais universais; dando a eles não somente sua inteligência e sua força orgânica, mas até mesmo a vida. É disso que necessitamos hoje. Muitas pessoas sensatas estão vendo e dizendo justamente isso."
Onde encontrar essa renascença espiritual tão necessária? Podemos esperar um renascimento completo da Cristandade, do Islã, ou de qualquer outra religião monoteísta, depois de tantos séculos de divisão sectarista? Mesmo se tal milagre ocorrer, ficaria ainda o problema de como unir o resto do mundo com essa religião renascida, para formar uma fraternidade universal, pois esta era, quando a unidade mundial é essencial para nossa sobrevivência, qualquer renascença espiritual que não abarque o mundo, ou falhe em trazer soluções efetivas para os problemas de todo o mundo, está destinada ao fracasso, já que o crescimento fabuloso da ciência e da tecnologia fizeram das exigências da vida moderna algo complexo, múltiplo e interdependente, de forma a deixar perplexas e frustradas todas as instituições e a própria inteligência humana. A solução de nossos problemas mundiais deve provir de algo superior ao ser humano.
Portanto, qualquer reavivação espiritual do futuro deve não somente tratar do desenvolvimento da vida ética e espiritual do homem, como também determinar as linhas mestras e os princípios universais para dirigir os esforços humanos no sentido do estabelecimento da unidade e da paz na terra, harmonizando suas atividades sociais, econômicas e políticas em todo o mundo.
Emery Reves, o autor de "Anatomia da Paz", afirma: "A sociedade humana somente poderá ser salva pelo universalismo". Da mesma forma, o dr. Stanwood Cobb, em seu livro "Segurança para um mundo decadente", afirma este ponto nas seguintes palavras: "Igual como Lincoln compreendeu vividamente que este país não podia continuar metade escravo, metade livre, nós também devemos entender, hoje, que o mundo não pode continuar dividido em categorias de vida conflitantes, separadas e muitas vezes opostas em padrões morais, religiões, divergentes, que estão tão carregadas de tradições que parece ser impossível a elas participarem de qualquer forma ativa de amizade e unidade. O mundo deve unir-se em uma religião e uma cultura, expressando-se através de uma língua universal, auxiliar a língua nativa de cada nação."
Shoghi Effendi enfatiza o significado da unidade mundial e o universalismo nas seguintes palavras:
"A unificação da humanidade inteira é o aspecto distintivo da etapa da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade da família, a de tribo, a de cidade-estado e a de nação, foram sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta à qual a humanidade, em sua aflição, dirige seus esforços. O processo de formar nações já chegou ao fim. A anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se de um clímax."
Os Livros Sagrados de todas as religiões prevém claramente que no final dos tempos aparecerá um Educador mundial, um Redentor mundial, chamado: O Buda da fraternidade universal, o Senhor das Hostes, o Messias, o Filho do Homem que virá a glória de seu Pai, o Espírito da Verdade, o Mehdí, o Qáim, e outras designações, que triunfará sobre as forças do mal, trará o fim das guerras, julgará entre as nações, mostrará o reino da paz e concórdia entre os filhos dos homens. Profetas e santos aclamaram este Dia como o Último Dia, o grande e pavoroso Dia do Senhor, o Dia de um pastor e um rebanho, etc.
No século dezoito e no início do século dezenove, a expectativa pela vinda do Prometido de todas as eras tinha âmbito mundial. No ocidente, grandes pensadores e eruditos, como Bengel, Sir Isaac Newton, Charles Wesley; religiosos ilustres como o Arcebispo Trench, o Bispo Elliot, o Bispo Ryle; grupos religiosos como os Irvingitas, os Milleritas, os Adventistas, os Templários alemães do Monte Carmelo, na Palestina, e outros - ergueram suas vozes em público e deram as boas-novas de que o advento do Prometido estava próximo. Diziam que uma voz interna lhes estimulava a prosseguirem e falarem ao mundo sobre isso. Numerosos poetas, também Shedly, Tennyson, Wordswrth, para citar apenas alguns, sentiram esse impulso poderoso e deram vasão aos seus sentimentos em lindos versos para saudarem o advento do Reino, que se aproxima. Estas poucas linhas de Charles Kingsley, "O Dia do Senhor", escritas em 1848/9, mostram a intensa alegria e entusiasmo do poeta:
"O Dia do Senhor está próximo, bem próximo.Teria sido enganosa toda essa esperança sincera? Tal expectativa geral fora apenas produto de um sonho impetuoso? Praticamente, todas as instituições religiosas nem sentiram, e até ignoraram, a crença de que o advento do Prometido estava próximo. Porém, os Bahá'ís estão convencidos de que as pessoas de coração puro, no século dezenove, captaram o primeiro lampejo da alvorada do Novo Dia, e suas mentes e seus corações foram tocados pelas vibrações da iminente nova Revelação, da mesma forma como, quando Jesus de Nazaré nasceu em Belém, os videntes espirituais e astrólogos do oriente sabiam por intuição que Ele, que estava destinado a ser o Rei dos Judeus, havia nascido. E por isso saíram em Sua busca, enquanto os judeus mesmos, que esperavam Seu advento por séculos, rejeitaram-no completamente, pois haviam se apegado ao sentido literal dos sinais de Sua vinda em suas próprias Escrituras, deixando assim, de ver o verdadeiro significado daquelas profecias.
A PRIMAVERA ESPIRITUALNa metade do século dezenove, numa época em que a luz da verdadeira fé se extinguira nos corações dos homens, quando a escuridão do preconceito e ignorância prevaleciam por toda a parte, quando a decadência moral e espiritual se espalhava por toda a terra, em tal mundo surgiu Bahá'u'lláh - Ele, cujos seguidores consideram como o Educador mundial longamente esperado, o Prometido de todas as religiões. Ele veio para unir todos os homens em um só rebanho e uma fé. Proclama: "Sois todos frutos de uma mesma árvore, gotas de um mesmo oceano". A nota chave da mensagem de Bahá'u'lláh é a paz mundial e a unidade mundial - uma unidade baseada no conceito de um Deus, uma Fé, uma Família na humanidade e um planeta como lar de todos os homens.
O advento de Bahá'u'lláh pode ser comparado com a vinda da primavera. Ao declarar Sua missão, Ele insuflou uma nova vida em todas as coisas. O mundo tornou-se um novo mundo, o inverno transformou-se em primavera e a árvore desfolhada da humanidade começou a florescer exuberantemente. A luz do sol espiritual iluminou as mentes dos homens e o período da infância foi transformado no da adolescência. Os homens, em todas as partes, adquiriram novas capacidades e poderes, surgindo uma surpreendente época de renovação intelectual. A ciência e a tecnologia tiveram grande avanço e, como se por mágica, um sistema super-rápido de comunicações foi criado em apenas uma geração, unindo as diversas nações e povos em um todo interdependente.
Por outro lado, através de tempestades e avalanches que a luz primaveril ocasionou, antigas idéias e costumes, velhos e obsoletos sistemas que obstruíam o caminho para a unidade e paz, estão sendo sistematicamente descartados e levados embora pela correnteza da regeneração humana, da mesma forma como a civilização romana desmantelou-se pela Vontade de Deus, para dar lugar ao estabelecimento de uma nova ordem, baseada nos ensinamentos espirituais de Cristo. Esta mudança revolucionária pode ser entendida como resultado da influência do poder criativo da Palavra de Deus, que tem agitado o mundo em suas profundezas. De outra forma não se pode justificar a causa de tão drástica transformação, que tem revolucionado todos os aspectos da vida do planeta.
LEIS E ENSINAMENTOS UNIVERSAISBahá'u'lláh revelou novas leis e ensinamentos universais, que são todo-abrangentes em seus objetivos e de alcance mundial em sua aplicação. Ele fixou ampla base para a unidade mundial e um instrumento supremo para o estabelecimento da Paz Máxima. Também criou uma rede de instituições administrativas - a níveis local, nacional e internacional - para assegurar o funcionamento harmonioso e a integridade da Fé divina através do mundo. As leis e preceitos sociais que Bahá'u'lláh revelou sã adaptados às exigências do ser humano nesta era de transição, uma era que está destinada a testemunhar o passamento da velha ordem e o nascimento da nova. Sua nova ordem mundial opera através do poder espiritual liberado pelo Espírito Santo. Pode resolver os problemas sociais, econômicos e políticos que confrontam a humanidade e tem o poder de remover os obstáculos que se encontram impedindo o caminho para a paz mundial. Alguns dos princípios básicos que Bahá'u'lláh revelou, são:
- Unidade da humanidade- Abandono de todos os preconceitos e superstições
- Educação universal, compulsória- Um tribunal mundial, apoiado por uma força internacional
- Abolição dos extremos de pobreza e riqueza- Leis relacionadas com os direitos humanos e bem-estar social
- A Paz MenorEsses ensinamentos são o modelo para a civilização futura, e alguns deles - especialmente os sociais e educacionais - tornaram-se já parte essencial de nosso moderno modo de vida.
Não devemos esquecer, porém, que quando Bahá'u'lláh proclamou tais leis e ensinamentos no século dezenove, eles foram considerados heréticos, utópicos, impraticáveis, porquanto naquele tempo os assuntos de caráter universal não contavam com aprovação geral, sendo considerados fúteis e absurdos, pois os homens viviam ainda em um estado de isolamento. Barreiras insuperáveis se colocavam entre eles, como os oceanos, as grandes montanhas, e outras mais, sendo muitas partes do planeta ainda inexploradas. Naqueles dias os homens dependiam de cavalos, camelos e carroças como meios de transporte. Portanto, foram dias nos quais os princípios universais de Bahá'u'lláh eram ridicularizados e rejeitados pelos governos e povos de Seu tempo.
Bahá'u'lláh foi castigado como agitador do mal e da sedição, e condenado ao exílio e prisão perpétua que durou nada menos que 40 anos de Sua vida.
No entanto, nem por um dia sequer Bahá'u'lláh manteve-se silente. Através de Seus volumosos Escritos, proclamou as boas novas do Novo Dia a todos os povos do mundo. Milhares de Seus seguidores na Pérsia ansiosamente deram suas vidas como mártires, em testemunho da verdade da nova religião, enquanto que milhares de outros abandonaram seus lares e pertences para levarem a tocha da guia divina a todos os cantos do globo.
PROCLAMAÇÃO AOS REISDe Seu exílio em Adrianópolis, Bahá'u'lláh dirigiu Sua mensagem coletiva a todos os reis e governantes do oriente e do ocidente, bem como aos líderes religiosos do mundo, exortando-os a serem submissivos a Deus, a abraçarem a nova Causa e se levantarem para estabelecer a verdadeira paz e fraternidade entre os homens. Mas Seu chamado não foi atendido por nenhum governante da terra. Desdenhosamente, rejeitaram-no. Alguns anos mais tarde, de trás das muralhas de Sua prisão em 'Akká, Palestina, Ele enviou cartas individualizadas aos principais monarcas de Seu dia: a Napoleão II, ao Czar Alexandre, à Rainha Vitória e ao Papa Pio IX. Na epístola à Rainha, Bahá'u'lláh elogiou-a por ter proibido o tráfego de escravos e por "entregar as rédeas do conselho nas mãos dos representantes do povo".
Em Sua epístola ao Papa Pio IX, Bahá'u'lláh o convoca:
"Levanta-te em nome de teu Senhor, o Deus de misericórdia, entre os povos da terra, e toma o Cálice da Vida com as mãos da confiança e dele sorve tu primeiro, e então oferece-o a todos os que a ele se dirigirem dentre os povos de todas as crenças...
"Vende todos os elaborados ornamentos que possues e dispende-os no caminho de Deus...
"Abandona teu reino aos reis e sai de tua habitação, com a face volvida ao Reino e, desprendido do mundo, proclama os louvores de teu Senhor entre a terra e o céu."
O Papa ignorou completamente a advertência e no ano seguinte tropas italianas marcharam sobre Roma e a tomaram, trazendo, desta forma, fim ao domínio papal de muitos séculos.
Em 1869, Bahá'u'lláh dirigiu declaração similar ao Imperador francês, Napoleão III, convocando-o a abandonar seus palácios e seu império para quem os desejassem, e voltar-se para o Reino. Bahá'u'lláh, então o adverte dizendo que se ele falhasse em assim proceder seu império seria tirado de suas mãos e que muitos distúrbios tomariam conta do povo em suas terras. O imperador não deu atenção a este chamado, mantendo todo o seu orgulho e vaidade. Alguns anos mais tarde, aquele que era considerado como o mais famoso governante da Europa foi derrotado em Sedan, perdendo seu trono.
Relata-se que a Rainha Vitória, ao receber a epístola de Bahá'u'lláh, declarou: "Se isto é de Deus, manter-se-á; se não for, não poderá fazer mal algum". Os Bahá'ís crêem que Bahá'u'lláh não concedeu de si mesmo tais ideais. Vieram a Ele como revelações de Deus. Ele não fala como um filósofo, um erudito, um sábio. Fala com a autoridade de um porta-voz de Deus e é inspirado pelo Espírito Santo, como foram também Jesus de Nazaré e outros profetas do passado. A prova infalível disso é o fato de que tudo o que o Educador divino diz acaba acontecendo, pois Sua palavra é a Palavra de Deus. Tem um poder criativo - um poder que pode transformar o coração, a mente e a vida dos homens. Esta é a característica distintiva da Palavra de Deus. É como a brisa da primavera, que causa o florescimento das árvores. Nada pode impedir a brisa de soprar, nem evitar que as árvores floresçam.
Em Sua epístola ao Sháh da Pérsia, Bahá'u'lláh escreveu:
"Ó Rei, Eu era apenas um homem como os outros, adormecido em meu leito, quando eis que os sopros do Todo-Glorioso manaram sobre Mim e Me deram o conhecimento de tudo o que já existia. Isso não provém de Mim, mas de Um que é Todo-Poderoso e Onisciente. E Ele ordenou que Eu levantasse Minha voz entre a terra e o céu, e por isso me sucedeu o que fez correrem as lágrimas de todo homem de compreensão. A erudição comum entre os homens, não a estudei; nem entrei em suas escolas. Pergunta na cidade que residi, a fim de teres a certeza de que Eu não sou dos que falam falsamente. Este Ser é apenas uma folha movida pelos ventos da Vontade de teu Senhor, o Todo-Poderoso, Alvo de todo louvor. Poderá aquietar-se quando soprarem os ventos impetuosos?"
Qualquer pessoa não preconceituosa que estudar os Escritos de Bahá'u'lláh admitirá prontamente que Seus ensinamentos enraizaram-se já, em muitos aspectos, na consciência humana e deixaram, destacadamente, sua marca no mundo. Alguns de Seus ensinamentos sociais e educacionais têm sido aclamados e adotados por todos os povos do mundo e se tornado parte integrante do modo de vida moderno, sem que as pessoas se dêem conta de sua origem. Olhemos alguns de Seus ensinamentos universais para uma constatação de que Suas palavras têm mesmo o poder criativo que é característico da Palavra de Deus.
O chamado de Bahá'u'lláh: "Em breve a presente ordem será posta de lado, e uma nova será estendida em seu lugar", na verdade sacudiu o mundo em suas bases. É um fato que desde o início da história humana até a época de Bahá'u'lláh, na primeira parte do século passado, o ritmo e o modo de vida foram sempre os mesmos. Não houve mudança radical. Porém, desde os dias de Bahá'u'lláh até agora nada parou de mudar. A humanidade está em meio a um redemoinho de mudanças drásticas em todos os aspectos de sua vida social, econômica e política. Os povos, como um todo, não perceberam ainda a causa suprema de todas essas transformações, embora estejam expostos aos seus efeitos cataclísmicos. Através do Chamado de Bahá'u'lláh vemos, de um lado, que as idéias, os costumes e as instituições ultrapassadas estão sendo levadas embora pela correnteza que esta primavera espiritual desencadeou, e, de outro lado, observa-se que um novo mundo está surgindo. A humanidade entrou em um novo ciclo de adolescência e realizações, no qual todos os poderes e potencialidades latentes no homem se manifestarão e se desenvolverão a um grau até então jamais imaginado.
'Abdu'l-Bahá afirma: Tudo o que está latente no íntimo deste ciclo sagrado aparecerá gradualmente, pois agora estamos apenas no início de seu crescimento.
Outra prova do poder criativo da Palavra de Bahá'u'lláh, que o mundo ainda não reconheceu, foi que, numa época quando a educação era considerada privilégio de poucos, Bahá'u'lláh prescreveu a educação universal compulsória e a livre investigação da verdade. Em questão de uma geração, a educação das crianças, e sua continuidade na vida adulta, tornou-se o objetivo principal de todos os governos do mundo, e em todos os países centenas de escolas e centros educacionais têm sido estabelecidos. Como resultado desta difusão mundial da educação, a ciência e a tecnologia têm revolucionado o modo de vida do planeta e as faculdades internas do ser humano se desenvolveram imensamente.
No século dezenove, Bahá'u'lláh prescreveu a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Naquele tempo, a posição das mulheres estavam em seu ponto mais baixo, de um modo geral, e em alguns países elas eram tratadas como escravas, sem nenhum privilégio ou oportunidade de progresso. 'Abdu'l-Bahá disse:
"A humanidade assemelha-se a uma ave com duas asas - uma é o macho e a outra a fêmea. A ave, se ambas as asas não forem fortes e impelidas por uma força comum, não poderá voar para o céu. Em harmonia com o espírito desta época, a mulher deve proteger e cumprir sua missão em todos os setores de vida, tornando-se igual ao homem. Deve estar no mesmo nível que o homem e gozar direitos iguais. Esta é minha mais ardente prece, e é um dos princípios fundamentais de Bahá'u'lláh".
Hoje, a emancipação da mulher é algo aceito normalmente na maioria dos países, tornando-se ela igual ao homem em todas as esferas da vida.
Do início da história até os dias de Bahá'u'lláh, a lei e a autoridade encontravam-se exclusivamente nas mãos de dominadores despóticos e antigas dinastias, que mantinham poder absoluto de vida e morte sobre seus súditos, sendo os únicos juízes de seus destinos. Bahá'u'lláh prescreveu que governos constitucionais deviam ser estabelecidos em todos os países. Hoje, praticamente todos os ditadores desapareceram, seus impérios foram pulverizados, suas dinastias extintas; alguns foram levados ao exílio e outros permaneceram presos em seus próprios países. Governos parlamentares são agora existentes na maioria das nações e as rédeas dos poderes legislativos e judiciários estão nas mãos de representantes do povo.
Bahá'u'lláh prescreveu a abolição dos extremos de pobreza e riqueza, e convocou os governos a tomarem as ações necessárias para assegurar o bem estar e felicidade de seus cidadãos. Nos séculos passados, praticamente nada era feito pelas autoridades de qualquer país para aliviar as dificuldades e o trabalho servil entre o povo, exceto para lhe impor pesados impostos. A maior parte da população era obrigada a trabalhar excessivamente e suar muito para garantir o bem-estar das classes dominantes. Agora, pela primeira vez na história, transformações estão ocorrendo na ordem social da vida comunitária em favor do cidadão comum. Alcançamos já progresso considerável na criação de uma legislação que garante salários mínimos, imposto gradual, assistência médica e social, e outras medidas que realmente beneficiam as classes pobres. Em muitos países os governos estão assumindo responsabilidades diretas para garantir a subsistência de todos os seus cidadãos.
Bahá'u'lláh prescreveu a adoção de um idioma universal, auxiliar. Naquela mesma época, nascia na Polônia Ludovic Zamenhof. Ele estava destinado a se tornar o criador do Esperanto, idioma que provou ser um meio satisfatório para um entendimento mútuo entre as nações.
Em Seus Escritos, Bahá'u'lláh enfatizou a necessidade de se estabelecer um Parlamento mundial e um Tribunal mundial apoiado por uma força internacional, para a manutenção da paz em todo o mundo. Porém sua proposta foi rejeitada desdenhosamente pelos governantes da época. Depois das hecatombes das duas guerras mundiais deste século, a humanidade compreendeu tal necessidade, colocando a proposição de Bahá'u'lláh em uma forma concreta através da formação da Organização das Nações Unidas, embora essa instituição tenha ainda graves deficiências em sua atual estrutura de funcionamento. Apenas por curiosidade, adicione-se que o Presidente Woodrow Wilson, o iniciador da Liga das Nações, era bem versado nos escritos de Bahá'u'lláh e de Seu filho, 'Abdu'l-Bahá. Assim, alguns dos princípios Bahá'ís sobre a paz mundial foram incorporados em seus Quatorze Pontos e estão refletidos na Carta Magna das Nações Unidas.
Estes são apenas alguns exemplos que mostram claramente a extensão na qual os preceitos de Bahá'u'lláh estão presentes nas consciências e nas atitudes do ser humano em todas as partes, e como estamos próximos do tempo da implantação da Nova Ordem Mundial que Ele revelou para esta época.
Consideremos o princípio fundamental de Bahá'u'lláh, que é o estabelecimento da paz e unidade entre os homens. Este princípio constitui a pedra angular de Sua Mensagem e todos os ensinamentos que prescreveu giram em torno deste tema central de UNIDADE. Ele nos assegura que este é o tempo do prometido Milênio, a era da "paz na terra e boa-vontade entre os homens", com previsto por poetas e profetas do passado, e desejada pelos povos do mundo em todos os tempos. Em Seus volumosos Escritos, Ele confirma que neste dia todos os poderes da terra e do céu, construtivos ou destrutivos, estão voltados para o cumprimento desta Determinação de Deus. Glorifica o tempo atual em termos os mais expressivos, dizendo:
"Este é o Rei dos Dias, o Dia que presenciou a vinda do Mais Amado, Daquele que por toda a eternidade tem sido aclamado o Desejo do Mundo.
"Pelo movimento de Nossa Pena de Glória e a mando do Ordenador Onipotente, temos insuflado uma nova vida em cada corpo humano e instilado em cada palavra uma potência nova. Todas as coisas criadas proclamam as evidências desta regeneração mundial".
Bahá'u'láh proclama também Sua mensagem, nestas palavras:
"O Tabernáculo da Unidade foi levantado; não vos considereis uns aos outros como estranhos... de uma mesma árvore sois todos frutos e de um mesmo ramo, folhas... O mundo é apenas um só país e os seres humanos seus cidadãos... Que o homem não se vanglorie em amar seu país, mas que se regozije nisto, que ama a sua espécie."
Também 'Abdu'l-Bahá declara:Neste ciclo maravilhoso, a Terra será transformada, e o mundo humano atingirá tranqüilidade e beleza. Disputas, contendas e assassínios serão substituídos por paz, verdade e concórdia; entre as nações e raças veremos amizade e amor. A cooperação e a unidade estabelecer-se-ão, sendo a guerra, afinal, inteiramente suprimida... A paz universal erguerá sua tenda no centro da Terra, e a Abençoada Árvore da vida crescerá até abrigar à sua sombra Oriente e Ocidente. Fortes e fracos, ricos e pobres, seitas rivais e nações hostis - que se assemelham a lobo e cordeiro, a leopardo e cabrito, a leão e novilho - virão a tratar-se reciprocamente com o mais perfeito amor, amizade, justiça e equidade. O mundo encher-se-á de ciência, do conhecimento da realidade dos mistérios dos seres, e do conhecimento de Deus."
Em suas numerosas Epístolas aos reis, governantes e líderes religiosos de Seu tempo, tanto individual como coletivamente, Bahá'u'lláh os aconselha a sinceramente fazer com que seus corações se voltem para Deus, usufruindo das efusões de Sua graça divina, abandonando suas possessões terrenas, seguindo Seus ditames, abraçando a mensagem universal de Deus e se levantando para promoverem a causa da paz e unidade entre todos os homens. Assegura aos reis, porém, que Deus prometeu exaltar Sua Causa mesmo que nenhum deles lhes oferecesse qualquer ajuda. Mas Suas exortações foram ignoradas e Seu chamado permaneceu sem resposta. Em Sua epístola à Rainha Vitória, escrita cerca de 1870, Bahá'u'lláh mais uma vez se dirige a todos os reis, nas seguintes palavras:
"Aconselhai-vos juntos e considereis somente o que possa trazer proveito à humanidade e lhe melhorar a condição... Vede o mundo como o corpo humano, o qual, embora inteiro e perfeito no tempo de sua criação, tem sido afligido, por várias causas, com graves males e doenças...
"O que o Senhor ordenou como o remédio soberano e o mais poderoso instrumento para a cura do mundo inteiro é a união de todos os seus povos em uma Causa Universal, em uma Fé comum. Isso de modo algum se há de realizar, salvo através do poder de um Médico hábil, onipotente e inspirado. Isto, deveras, é a verdade, e tudo mais não é senão erro."
Em outro trecho, Bahá'u'lláh acrescenta estas palavras:
"Nós vos vemos aumentardes, todos os anos, vossos gastos, cujo peso pondes sobre vossos súditos. Isso, em verdade, é flagrante e inteiramente injusto.
"Sede reconciliados entre vós, para que não mais necessiteis de armamentos, salvo na medida precisa a fim de proteger vossos territórios e domínios.
"Uni-vos, ó reis da terra, pois assim a tempestade da discórdia se aquietará entre vós e vosso povo encontrará sossego. Se alguém dentre vós lançar mão de armas contra outro, levantai-vos todos contra ele, pois isso nada mais é que justiça manifesta."
Elaborando nas implicações desses conselhos momentosos, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, comenta o seguinte:
"Quem podem significar essas palavras importantes senão a limitação inevitável da desmedida soberania nacional como preliminar imprescindível à fundação da futura Comunidade de todas as nações do mundo?
Alguma forma de Super-Estado deverá necessariamente evoluir, em favor do qual todas as nações do mundo cederão espontaneamente qualquer pretensão de guerrear, certos direitos de impor taxas e todos os direitos de manter armamentos, exceto no que concerne à manutenção da ordem interna de seus respectivos domínios. Tal Estado incluirá dentro de sua órbita um Executivo internacional adequado para exercer uma suprema e indiscutível autoridade sobre qualquer membro recalcitrante da Comunidade; um Parlamento Mundial cujos membros sejam eleitos pelo povo em seus respectivos países, e cuja eleição seus respectivos governos confirmarão; e um Supremo Tribunal cujo julgamento será irrevogável, até em certos casos em que as partes concernentes não concordem voluntariamente em submeter seu caso à consideração dessa entidade. Uma comunidade mundial em que as barreiras econômicas tenham sido demolidas permanentemente e a interdependência do Capital e do Trabalho reconhecida de um modo definitivo; uma comunidade onde o clamor do fanatismo e da luta religiosa terá sido apaziguado para sempre, onde a chama da animosidade racial estará, por fim, extinta: onde um único código de lei internacional - fruto do juízo conceituado dos representantes federados do mundo - terá como sanção a intervenção instantânea e coerciva das forças combinadas das unidades federais; e, finalmente, uma comunidade mundial onde a fúria de um caprichoso e militante nacionalismo se tenha transmutado numa consciência perene de concidadania mundial. Isso, na verdade, parece ser, no seu mais amplo esboço, a Ordem antecipada por Bahá'u'lláh, uma Ordem que deverá ser considerada como o mais precioso fruto de uma era que lentamente amadurece".
Ainda mais, na mesma epístola à Rainha, Bahá'u'lláh repreende os reis por rejeitarem a Paz Máxima proposta por Ele e insiste em que devem adotar a "Paz Menor", que pode, em certo grau, melhorar suas próprias condições e as de seus dependentes. Por "Paz Menor" entende-se uma espécie de unidade política que as nações do mundo estabeleceriam entre elas, como um último recurso em face a uma possível destruição em massa. Pode ser considerada como um passo importante para o surgimento da "Paz Máxima", a qual, diferente da anterior, será alcançada através da espiritualização da humanidade e levará a unificação do mundo em uma única família, cujos membros serão fiéis a um Deus e a uma Religião, embora mantendo a diversidade das características nacionais de suas unidades conferadas; enquanto que a "Paz Menor" é um sistema de união entre as nações do mundo, ligadas através de tratados invioláveis, pelos quais a guerra é banida para sempre, com os recursos de um desarmamento total e desmilitarização das nações. Sob tal sistema um Super-Estado mundial surgirá ao qual todos os países submeterão seus direitos soberanos de fazer guerra e manter armamentos.
PAZ MUNDIAL IMINENTEQue não haja dúvida sobre o fato de que o Programa de Paz proposto por Bahá'u'lláh será adotado em breve e que a guerra será banida para sempre da face do planeta. Este evento momentoso, que tem sido predito por todos os profetas do passado, será alcançado com a exatidão das estrelas e a precisão das estações do ano. Os Bahá'ís crêem firmemente que tal realização é uma expressão da Vontade de Deus e que virá a acontecer em breve, não importando quão profundos sejam os problemas atuais, nem quão veemente seja a tendência oposta à eliminação da guerra. Esta inabalável conscientização da iminente realização da paz mundial e unidade entre as nações é a base da crença de todos os Bahá'ís, os quais, há quase um século e meio vêm propugnando por ela, servindo à causa da paz e da fraternidade em todo o mundo. Por esse objetivo, nada menos que 20 mil de seus adeptos ofereceram suas vidas, em testemunho da verdade e do poder criativo da Mensagem de Bahá'u'lláh. Hoje, à medida que o destino do homem declina cada vez mais, devido a sua perversidade, é surpreendente ver como cresce o sentimento da urgência, em todas as partes, do estabelecimento da paz mundial entre as nações e que Bahá'u'lláh prescreveu há mais de um século. Na verdade, esse sentimento alcançou tal ponto que os paises soberanos se vêm na contingência de desistirem do direito de fazer guerra, para evitar a ameaça de uma destruição total, pelo uso aterrador de armas nucleares que eles mesmos criaram. Não existe alternativa para a humanidade. A paz é inevitável.
Naturalmente, surge a pergunta: Considerando que Bahá'u'lláh seja o Educador Divino para esta época e que Sua missão específica é estabelecer a paz e unidade entre os povos - como explicar a ironia e paradoxo de que desde o advento desta nova Revelação não somente as guerras não terminaram, nem estão sendo feitas com as armas tradicionais, como têm se multiplicado em muito, como nunca antes, e que o homem adquiriu novas armas que são assustadoras em seu poder destrutivo? Ainda mais, a humanidade passou por duas guerras mundiais que causaram destruição incalculável. Além disso, temos tido continuamente guerras regionais, muitas das quais permanecem com um furor atemorizante, em várias partes do mundo, com a ameaça do holocausto atômico surgindo no horizonte. Não implica esta triste situação na conclusão de que Bahá'u'lláh, como outros antigos profetas, falhará no cumprimento de Sua missão, a de estabelecer a paz e a unidade neste mundo caótico? O fato é que muitas pessoas acreditam que a guerra faz parte da natureza humana e não pode ser eliminada.
Esta é uma pergunta muito importante e muito ampla, que exigiria mais espaço para ser respondida do que o escopo deste trabalho. Mas tentaremos explicá-la de forma sucinta.
(1) - Contrário ao ponto de vista pessimista de que as guerras continuarão sempre, os Bahá'ís crêem que, como diz o ditado: "Quando a escuridão é maior, mais próxima está a alvorada". As calamidades sem precedentes que ocorreram na primeira parte deste século, e as guerras que ainda continuam em muitos lugares, são apenas as agonias da morte da velha ordem que está se extinguindo em violência, paixão e desastre. Existem indicações claras que um Novo Dia surgiu, o dia da unidade da humanidade, o dia em que o homem se livrará da maldição da guerra, podendo-se até dizer que isso ocorrerá até mesmo antes do final do século. Todos os profetas passados previram a era da "paz na terra e boa vontade entre os homens". Cristo mesmo a prometeu e incluiu-a em Sua oração: "Venha a nós o Teu Reino. Seja feita a Tua Vontade, na terra como é no céu", oração que Seus seguidores têm repetido sinceramente por quase dois mil anos e que não deve ser considerada como uma esperança vã, sem base, como também não devem ser deixadas de lado, como inatingíveis ou impróprias, as afirmativas de paz e justiça dos últimos dias, feitas em abundância nas Escrituras Sagradas. Com relação aos Dias do Senhor, no final dos tempos, Isaias disse: "Nação não levantará espada contra nação, nem aprenderão elas a fazer guerras, jamais."
(2) - A assertiva de que os profetas do passado falharam em trazer a paz e unidade entre os homens é irracional e injustificável. É como dizer que os professores das escolas primárias falharam ao ensinar os alunos de 10 anos de idade noções de cálculo integral e trigonometria. Devemos ter em mente que, nos tempos passados, os homens encontravam-se ainda num estágio de infância e ignorância, e viviam em um mundo de limitações e privações. Ninguém mesmo conhecia a existência do hemisfério ocidental. Não havia meios de comunicação. Em tal mundo de isolamento, cada profeta ensinou a lição divina apropriada às mentes dos homens de sua época, e prescreveu leis que as condições sociais do tempo exigiam, mas todos eles previram o advento dos dias de paz e harmonia entre todos os homens. O próprio Cristo disse: "Não penseis que Eu vim para trazer paz, mas, sim, a espada."
(3) - Com relação à sugestão sutil de que a guerra faz parte da natureza humana:
- primeiro, embora a vida física do homem seja similar a de todos os animais, diferente deles o homem não é prisioneiro de sua natureza inferior. Deus dotou a ele não somente de espírito e faculdade racional, mas também com o livre arbítrio, pelo qual pode, se fizer um esforço genuíno nesse sentido, libertar-se do cativeiro do ego, da paixão, da cobiça, da agressividade e outras qualidades animais latentes em sua natureza, adquirindo nobres virtudes e perfeições humanas, das quais é dotado potencialmente, para tornar-se digno de alcançar a presença de seu Criador. A escolha é do próprio homem - transformar-se em anjo ou demônio.
- segundo, tanto a ciência como a religião nos asseguram que a natureza humana pode ser modificada. De fato, todo ser vivente está em constante mutação, existindo estágios críticos no processo evolutivo, quando ocorrem transformações drásticas, tais como o florescer das árvores na primavera. No reino do espírito, as almas que são puras de coração poderão também renascer espiritualmente, para se tornarem "o sal da terra e a luz do mundo", como disse Cristo. Essa mudança ocorre através do processo de espiritualização.
(4) - A contestação que as guerras destruidoras deste século podem significar que Bahá'u'lláh falhou em Sua missão de estabelecer a paz e a unidade na terra, é errônea a inconsistente com a realidade dos fatos. Longe de diminuir a posição de Bahá'u'lláh como o Unificador dos filhos dos homens, as calamitosas guerras deste século são apenas uma confirmação significativa de que o advento do Prometido já chegou; pois todos os profetas e videntes de eras passadas afirmaram que Seu advento seria acompanhado de guerras ruinosas e conflitos generalizados. Quando perguntado sobre os sinais de Sua volta, Cristo falou da tribulação, da guerra e rumores de guerra, e em Sua famosa Parábola diz que o Senhor da Vinha viria e destruiria os perversos. Além das Escrituras, o Dia Prometido é identificado como "o grande e terrível Dia do Senhor", "o Dia da devastação e desolação", "o Dia das perturbações e aflições". No Alcorão, existem muitas referências sobre o dia do Senhor, quando "todos os que estão no céu e todos os que estão na terra ficarão aterrorizados".
O GRANDE CONVÊNIOEm 1875, 'Abdu'l-Bahá deu uma visão do proposto sistema de PAZ, através do qual a maldição da guerra será eliminada da terra, nas seguintes palavras:
"A verdadeira civilização estenderá sua bandeira no âmago do coração do mundo em qualquer época em que um determinado número de seus proeminentes e magnânimos soberanos - os dignos exemplos da devoção e perseverança - se levantarem pelo bem e felicidade de todos os homens, com firme decisão e esclarecida visão, para estabelecer a causa da Paz Universal. Eles devem fazer da Causa da Paz o objeto de consulta geral e procurar por todos os meios a seu dispor formar a União das nações do mundo. Devem concluir um irrefragável tratado e firmar um convênio, cujas cláusulas devem ser sãs, invioláveis e definitivas. Devem proclamá-lo ao mundo inteiro e obter para esse pacto a sanção de toda a humanidade - deve ser consagrado por todos os que vivem na terra. Todas as forças da humanidade devem ser mobilizadas para assegurar a estabilidade e permanência desse Convênio Supremo. Neste Pacto de âmbito universal, os limites e fronteiras de todas as nações devem ser claramente determinados, os princípios em que se baseiam as relações dos governos entre si devem ser definitivamente estabelecidos, e todas as transações e obrigações internacionais acertadas. Da mesma maneira, haverá de se limitar estritamente a quantidade de armamentos de cada governo, pois se for permitido que as preparações de guerra e as forças militares de alguma nação aumentem, isto despertará a suspeita das outras. O princípio fundamental em que se baseia este Pacto solene deve ser de tal modo definido que, se qualquer governo, posteriormente, violar uma de suas cláusulas, todos os governos da terra possam levantar-se para subjulgá-lo completamente; mais ainda, a humanidade, como um todo, resolverá, com o poder à sua disposição, destruir esse governo. Assim, o corpo enfermo do mundo, se lhe for aplicado esse, o maior de todos os remédios, haverá, certamente, de se recuperar das suas enfermidades e permanecer eternamente salvo e seguro".
A COMUNIDADE MUNDIAL DE TODA HUMANIDADEHá cerca de 50 anos passados, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá'í, descreveu como será a Comunidade mundial que irá surgir através da unificação do mundo inteiro, nas seguintes palavras:
"A unidade dos homens, segundo Bahá'u'lláh a concebeu, implica na construção de uma comunidade mundial onde todas as nações, raças, credos e classes sejam estrita e permanentemente unidas, e onde a autonomia de seus membros estaduais, e a liberdade pessoal e iniciativa dos indivíduos que os compõem, sejam definitiva e completamente salvaguardadas. Esta comunidade deve, pelo que se possa prever, consistir numa legislatura mundial cujos membros controlarão, finalmente, como representantes de toda a humanidade, os recursos inteiros de todas as nações componentes, e decretarão as leis que forem exigidas para regular a vida, satisfazer as necessidades e ajustar as relações de todas as raças e povos. Um executivo mundial, apoiado por uma Força internacional, haverá de executar as decisões tomadas por essa legislatura mundial, aplicar as leis por ela formuladas, e salvaguardar a unidade orgânica de toda a comunidade. Um tribunal mundial julgará e dará seu veridictum compulsório e irrevogável em todas e quaisquer disputas que possam surgir entre os vários elementos constitutivos deste sistema universal. Um mecanismo de intercomunicação mundial orientar-se-á de modo a abranger todo o planeta, livre de impecilhos e restrições nacionais, funcionando com maravilhosa rapidez e perfeita regularidade. Uma metrópole mundial atuará como a principal artéria de uma civilização mundial, o foco para onde convergirão as forças unificadoras da vida, e de onde se irradiarão suas influências vivificantes. Uma língua mundial será inventada ou escolhida dentre as já existentes, e será ensinada nas escolas em todas as nações confederadas como uma auxiliar de suas línguas mães. Uma escrita e uma literatura mundiais, um sistema uniforme e universal de moeda, pesos e medidas - tudo isso simplificará e facilitará o intercâmbio e a compreensão entre as nações e raças. Em tal sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas mais poderosas forças na vida humana, se reconciliarão, vindo, assim, a cooperar e se desenvolver harmoniosamente. A imprensa, sob tal sistema, conquanto dando pleno desenvolvimento à expressão das diversas opiniões e convicções da humanidade, deixará de ser manipulada malignamente por direitos adquiridos, sejam privados ou públicos, e libertar-se-á da influência das contendas governamentais e dos povos.
Organizar-se-ão os recursos econômicos do mundo, devendo-se explorar e utilizar plenamente suas fontes de matéria prima; seus mercados serão coordenados e desenvolvidos, e a distribuição de seus produtos será regulada eqüitativamente.
Rivalidades, ódios e intrigas nacionais cessarão, e a animosidade e os preconceitos raciais serão substituídos pela amizade, compreensão e cooperação entre as raças. Remover-se-ão permanentemente as causas da luta religiosa; barreiras e restrições econômicas serão abolidas, e a distinção injusta entre as classes será obliterada. O desamparo, de um lado, e a acumulação excessiva, de outro, desaparecerão. A enorme energia dissipada e desperdiçada na guerra, seja econômica ou política, será consagrada a tais fins como: ampliar o âmbito das invenções humanas e seus desenvolvimentos técnicos, incrementar a produtividade humana, exterminar as moléstias, estender as pesquisas científicas, elevar o padrão de saúde física, aguçar e aperfeiçoar o cérebro humano, explorar os recursos ainda não utilizados, insuspeitos, do planeta, prolongar a vida humana, e promover qualquer outro empreendimento que possa estimular a vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira.
Um sistema federal mundial governando toda a terra e exercendo uma autoridade irrefutável sobre seus recursos, vastos, inimagináveis; um sistema que harmonize e expresse os ideais do Este e do Oeste, liberto do flagelo da guerra e suas misérias, e dedicando-se à exploração de todas as fontes de energia existentes sobre a superfície do planeta - sistema esse no qual a força se subordina à justiça, e cuja vida é sustentada pelo reconhecimento universal de um só Deus, e pela fidelidade a uma Revelação comum - tal é a meta para a qual a humanidade, impelida pelas forças unificadoras da vida, está caminhando."
O CHAMADO PARA NOSSA AÇÃO"Uma tribulação severa persegue-vos e, subitamente, vos sobrevirá. Despertai-vos, para que ela possa talvez passar e não vos infligir dano."
Quão lamentável é o fato de ter a humanidade falhado, até agora, em tomar as ações devidas para estabelecer a paz e harmonia entre os filhos dos homens, pois nesta hora crucial nada é mais urgente e imperativo que a causa da paz. Ou deve a humanidade ainda ser castigada com um tormento maior, antes que a paz duradoura seja estabelecida na terra? Não é tempo de nos levantarmos para contribuirmos com nossa parte, qualquer que seja a medida, para servirmos à causa da paz? O Chamado de Bahá'u'lláh para agirmos, antes que seja tarde demais, é dirigido a todos os governantes amantes da paz, à Organização das Nações Unidas, cujo dever principal é salvaguardar a paz no mundo; para os dirigentes bem-intencionados, em todas as esferas de atividade, em todos os países; para todos aqueles homens e mulheres que anseiam pela paz e desapaixonadamente trabalham por sua implantação, para a grande massa da humanidade que deseja salvar seus filhos das tribulações e tormentos como os já enfrentados por seus pais nas duas últimas guerras. Seu chamado conclama a todos para se levantarem e fazerem um esforço genuíno para salvar a humanidade dos horrores de um novo conflito mundial, para assegurar a paz através de negociações sinceras e consulta franca. Este momentoso trabalho exige coragem, perseverança, esforço unido, coordenado, empreendido através de conferências e conselhos em todos os níveis - local, nacional e internacional, até que o triunfo final seja assegurado. A voz de Bahá'u'lláh, ressoando por todo um século, é reforçada nos dias atuais pelo apelo ansioso de milhões de pessoas em todo o mundo, que desejam desesperadamente o fim das guerras, convocando a todos os seres humanos de boa vontade para darem seu apoio integral à causa da paz, através de meios práticos e efetivos, antes que se expire o tempo que nos resta para agirmos nesse sentido.
Porém, que não haja dúvida, e que todos se regozijem, pois o dia prometido, no qual a guerra e a contenda serão varridas definitivamente do planeta, está próximo, e a presente geração está destinada a testemunhar em breve o surgimento da "paz na terra e boa vontade entre os homens". Com relação ao estabelecimento da unidade entre as nações, 'Abdu'l-Bahá escreveu: "Uma unidade que, neste século, será seguramente estabelecida, fazendo com que todos os povos do mundo se considerem como cidadãos de uma pátria comum".
Quão maravilhosa é a visão de Isaías, que há mais de 2.000 anos passados previu o dia no qual vivemos, a era da adolescência humana, quando a paz e harmonia reinarão para sempre na terra. Ele disse:
"E irão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa de Deus de Jacob, para que nos ensine acerca dos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.
E julgará entre as gentes, e repreenderá a muitos povos; e converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices: não alçará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear."
Isaias 2:3-4A sociedade humana é como uma família de pais, irmãos, irmãs, tios, tias, e assim por diante. Se reinam amor e harmonia numa família, seus membros sentir-se-ão felizes, contentes, prósperos. Estarão sempre prontos e dispostos a ajudarem e servirem uns aos outros. Todos são dedicados ao bem-estar e felicidade uns dos outros. Se o tio, por exemplo, está confinado ao leito, doente, todos os membros da família farão o que lhes for possível para assegurar o tratamento do tio e seu completo restabelecimento. Se um irmão, que vive em uma casa vizinha, não tem comida para se alimentar, os outros membros da família com certeza não se sentirão bem, sentados à sua própria mesa de refeições, enquanto que o irmão, vizinho, está passando fome. É impensável que tal família, unida, incorra em problemas que não sejam logo resolvidos, com absoluta harmonia e efetividade. Em tal família ideal, onde os laços de unidade e companheirismo são fortes, não existe distância ou separação, more o tio, ou outro parente, sob o mesmo teto, ou em uma vila próxima, ou em um país distante - pois no reino do amor o distanciamento físico é imaterial. O amor faz com que todos os parentes estejam sempre presentes na mente e no coração dos outros membros da família.
Tal é a forma de sociedade humana que Bahá'u'lláh prevê para o futuro da humanidade, e que seguramente surgirá através do estabelecimento da Paz Máxima, a vinda do Reino de Deus na terra.
Para o desenvolvimento de tal sociedade, para prepará-la corretamente, os Bahá'ís, em todo o mundo, estão, com todo o fervor e sinceridade, dedicando seus esforços, tempo e recursos.
A COMUNIDADE BAHÁ'ÍA comunidade mundial Bahá'í simboliza, nos dias atuais, essa família ideal. É composta de alguns milhões de devotados seres humanos, animados pelo espírito do amor que Bahá'u'lláh infundiu em seus corações. Através do poder desse espírito, são capazes de transformar sentimentos enraizados, como o ódio, o preconceito e o egoísmo, numa concepção realista de camaradagem, harmonia e compreensão, uma tarefa que nenhum poder terreno consegue realizar, a não ser com a ajuda do poder supremo do Espírito Santo. É o mesmo poder que permitiu aos primeiros cristãos, sozinhos, sem ajuda e perseguidos como foram, conquistar os corações de milhões de elementos heterogêneos, unindo-se em uma fraternidade cristã.
Os Bahá'ís estão atualmente espalhados pelos cinco continentes, organizados em não menos de 120 mil localidades. Procedem de nacionalidades, raças, religiões e condições sociais diferentes, todos unidos como verdadeiros irmãos e irmãs, através de uma Fé comum, manifestando perfeita unidade na diversidade, como flores multi-coloridas em um jardim.
Tal comunidade, que cresce rapidamente, funciona harmoniosamente como os órgãos de um mesmo corpo, de acordo com os princípios orientadores da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh, cujo objetivo é criar uma sociedade mundial na qual a unidade da raça humana seja assegurada permanentemente. É uma comunidade modelar, não um sonho ou utopia. É uma realidade, convincente, que mostra claramente que o mundo inteiro pode viver unido em paz e entendimento mútuo, pela Vontade do Todo Poderoso.
Este é o objetivo supremo para o qual nosso destino planetário se move rapidamente. Não existe outra opção para a humanidade, em sua busca da paz na terra, senão através da aplicação dos princípios divinos que Bahá'u'lláh revelou para a redenção da humanidade nestes tempos cruciais.
Que cada ser humano ouça o chamado claríssimo de Bahá'u'lláh, que vem ecoando já por mais de um século para o mundo inteiro. Que ninguém menospreze seu significado ou diminua sua importância. Ele afirma, solenemente:
"Breve será a presente ordem posta de lado, e uma nova se estenderá em seu lugar. Deveras, teu Senhor diz a Verdade e é o Conhecedor das coisas invisíveis".
SEB - IV"Por Meu Próprio Ser! Aproxima-se o dia em que teremos posto de lado o mundo e tudo o que nele se acha, e estendido uma nova ordem em seu lugar. Ele em verdade, é poderoso sobre todas as coisas".
SEB - CXLIII"O equilíbrio do mundo foi alterado através da influência vibrante desta nova e mais grandiosa Ordem Mundial. A vida regulada do gênero humano foi revolucionada por meio deste Sistema único, maravilhoso - cujo igual jamais foi testemunhada por olhos mortais".
SEB - LXX"Os sinais de convulsões e caos iminentes podem ser discernidos, já que a ordem prevalecente parece ser lamentavelmente defeituosa".
ÍNDICE DAS CITAÇÕES(1) - Bahá'u'lláh - "Por quanto tempo persistirá... WOB 32
(2) - 'Abdu'l-Bahá - "Existe uma força... LN 255/6 e 266
(3) - IDEM - "No mundo da natureza..." BNE 141/2
(4) - IDEM - "O preconceito de raça... BNE 144
(5) - SHOGHI EFFENDI - "Discriminar contra qualquer... AJC 54/55
(6) - Bahá'u'lláh - "O fanatismo e o ódio entre... SEB 181
(7) - IDEM - "Só desejamos o bem do mundo... BNE 44
(8) - 'Abdu'l-Bahá - "A religião deve unir... BNE 143
(9) - IDEM - "E entre os ensinamentos... RC 66
(10) - SHOGHI EFFENDI - "Assediada por todos os lados... WOB 190
(11) - Bahá'u'lláh - "Podem bem perceber... SEB 137 CVI
(12) - 'Abdu'l-Bahá - "É evidente que a religião é... SFW 88
(13) - DR. STANWOOD COBB - "Qualquer que seja a causa... SFW 79
(14) - SHOGHI EFFENDI - "A unificação da humanidade... CN 69
(15) - Bahá'u'lláh - "Levanta-te em nome de teu Senhor... PB 95/97
(16) - IDEM - "Ó Rei, Eu era apenas um homem... PB 69
(17) - 'Abdu'l-Bahá - "A humanidade assemelha-se a ... BNE 132
(18) - Bahá'u'lláh - "Este é o Rei dos Dias... AJC 120/121
(19) - IDEM - "O Tabernáculo da Unidade... WOB 41
(20) - 'Abdu'l-Bahá - "Neste ciclo maravilhoso... BNE 142
(21) - Bahá'u'lláh - "Aconselhai-vos juntos... SEB 161 CXX
(22) - IDEM - "Nós vos vemos aumentardes... SEB 160 CXIX
(23) - SHOGHI EFFENDI - "Que podem significar essas palavras... RC 93/5
(24) - 'Abdu'l-Bahá - "A verdadeira civilização... RC 91
(25) - SHOGHI EFFENDI - "A unidade dos homens, segundo... RC 96/8
(26) - Bahá'u'lláh - "Uma provação severa... AJD 126
(27) - IDEM - "Em breve a presente ordem... SEB IV, CXLIII,
LXX